terça-feira, 3 de novembro de 2009

E aí???

Tire suas dúvidas sobre Doação e Transplante de Córnea


Vitória da Conquista tem, desde o início de maio/09, um novo centro especializado em retirada e transplante de córnea. Coordenado pelo Dr. Fernando Quadros, o novo centro vai poder beneficiar muitos pacientes que antes tinham que se deslocar para outras cidades/estados para realizarem tratamentos de doenças da córnea. O grande desafio ainda é aumentar o número de doações através da conscientização e informação da população (na Bahia o índice de negativa familiar para a doação ainda é maior que 50%) e assim contar com a generosidade da população para que cada vez mais pessoas possam ser beneficiadas e voltem a enxergar.

O QUE É A CÓRNEA?
A córnea é a estrutura em forma de cúpula que se encontra na parte frontal do olho (de forma grosseira, podemos compará-la ao vidro de um relógio). Ela tem a função de focar a luz, como uma lente, através da pupila e assim permitir que a imagem seja convertida na retina e enviada para o cérebro.

O QUE É O TRANSPLANTE DE CÓRNEA?
O transplante é uma cirurgia que troca a porção central da córnea doente por uma córnea sadia doada. Voltando ao exemplo de um relógio; se o vidro estiver embaçado, para podermos usá-lo, é necessário substituir por outro transparente. Da mesma forma, o transplante só está indicado quando o problema for na córnea. Em tais situações, a visão fica prejudicada e não é possível melhorá-la com uso de óculos. Só a troca da córnea doente por outra sadia e transparente pode melhorar a visão.

O OLHO, COMO UM TODO, PODE SER TRANSPLANTADO?
Não. Somente alguns tecidos oculares podem ser usados para fins terapêuticos, como a córnea, para transplantes, e a esclera (branco do olho), para ser usada em cirurgias de glaucoma e plásticas oculares.

É SEGURO PARA O PACIENTE RECEBER UM TECIDO OCULAR DOADO? EXISTE A POSSIBILIDADE DE TRANSMISSÃO DE ALGUMA DOENÇA?
Em princípio, todas as doações são aceitas. O ato da doação é extremamente benéfico à família pesarosa. O Banco de Olhos exerce, no entanto, rigoroso controle de qualidade visando oferecer córneas viáveis e sem risco de transmissão de doenças ao doador.

QUEM PODE SE BENEFICIAR COM O TRANSPLANTE DE CÓRNEA?
Somente aquelas pessoas que tenham alteração na córnea, de qualquer idade. A cor dos olhos doados não influencia, já que a parte que será utilizada para transplante, a córnea, é sempre transparente.

QUE ALTERAÇÕES DA CÓRNEA SÃO ESTAS?
As doenças principais que levam à necessidade de realização de transplante de córnea são ceratocone e edema de córnea pós-cirurgia de catarata. Existem ainda as opacidades corneanas centrais pós-infecção (úlcera de córnea), pós-traumas perfurantes, pós-queimadura química, distrofias corneanas (alterações hereditárias) ou até mesmo congênitas.

QUANDO ESTÁ INDICADA A CIRURGIA DE TRANSPLANTE DE CÓRNEA?
Esse tipo de cirurgia é indicado quando existe a perda da integridade, opacidade central, curvatura anormal da superfície (ceratocone) que não possa ser corrigida por lentes de contato, e infecção da córnea que não responde ao tratamento clínico.

RESULTADO VISUAL PÓS-OPERATÓRIO: geralmente a visão melhora um pouco logo no dia seguinte, e vai melhorando gradualmente no período pós-operatório. O acompanhamento médico é longo, um ano em média, com visitas regulares.

A RETIRADA DOS PONTOS pode ser iniciada com 3 a 4 meses e se estender até um ano ou mais. Se houver pontos frouxos, eles têm de ser retirados rapidamente, por aumentar o risco de rejeição.

O RISCO DE REJEIÇÃO existe a vida inteira, mas há tratamento clínico. Quanto antes tratar maior a chance de reverter a rejeição.

QUEM PODE DOAR A CÓRNEA?
Qualquer pessoa que tenha a córnea sadia. Não há limite de idade. Uso de óculos não impede a doação. Mesmo que tenha os olhos afetados por miopia, hipermetropia, astigmatismo, catarata e outras doenças, poderá doá-los, pois para o transplante é aproveitada apenas a córnea. No caso da doação dos olhos é melhor fazer a doação em vida. Para tanto a pessoa deve se inscrever em um banco de olhos ou um posto de doação e deve informar seus familiares para que seja cumprida sua vontade após sua morte. A família deve avisar o banco de olhos logo após a morte do doador, pois os olhos poderão ser retirados até seis horas após o falecimento. A doação ocular só se torna efetiva após a morte. A doação não altera a aparência do doador e não interfere, nem atrasa o velório ou o enterro. Os que não se inscrevem, mas seus familiares, sabendo da intenção de seu ente querido, assinam o formulário de doação no momento da morte e mesmo assim podem doar.

Doação de Órgãos em Vitória da Conquista

A Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante – CIHDOTT, um órgão do hospital de base de Vitória da Conquista, é responsável por toda a captação e informação sobre transplante de órgãos da região sudoeste da Bahia pois são capacitados para :

  • Articular- se com a CNCDO do Estado notificando as situações de possíveis doações de órgãos ou tecidos;
  • Identificar os Recursos diagnósticos disponíveis na instituição, necessários para a avaliação do possível doador de órgãos e/ou tecidos;
  • Articular- se com os profissionais de saúde encarregados do diagnóstico de ME e manutenção dos potenciais doadores;
  • Organizar no âmbito da instituição, rotinas e protocolos que possibilitem o processo de doação de órgãos e tecidos;
  • Garantir uma adequada entrevista familiar para solicitação da doação;
  • Promover programa de educação continuada de todos os profissionais do estabelecimento para compreensão do processo de doação de órgãos e tecidos;
  • Disponibilizar os insumos necessários para a captação efetiva de órgãos e tecidos no hospital;
  • Articular-se com os respectivos Institutos Médicos Legais para agilizar o processo de necropsia dos doadores, facilitando a realização do procedimento no próprio hospital tão logo seja procedida a retirada dos órgãos;
  • Avaliar a capacidade da instituição diagnosticando a potencialidade da captação de órgãos e tecidos;
  • Definir juntamente com o diretor médico do estabelecimento de saúde, os indicadores de qualidade, com base no nº de potenciais doadores na instituição, considerando as suas características;
  • Definir os parâmetros a serem adotados no acompanhamento das metas da contratualização, determinadas pela Portaria nº 1.702/GM de 2004, e encaminhar ao gestor local os indicadores de desempenho estabelecidos para hospital.