sábado, 31 de outubro de 2009

Morte encefálica e os transplantes


O que é morte encefálica?
É a morte da pessoa. É uma lesão irrecuperável do cérebro, com interrupção definitiva e irreversível de todas as atividades cerebrais. Assim, quando o cérebro morre, os demais órgãos e tecidos também morrem. Alguns resistem mais tempo, como as córneas e a pele. Outros, como o coração, pulmão, rim e fígado sobrevivem por muito pouco tempo. Mesmo confirmada a morte encefálica, através do exame da circulação cerebral, as condições de circulação sangüínea e de respiração da pessoa acidentada poderão ser mantidas por meios artificiais, na UTI, com medicamentos que aumentam a pressão arterial, respiradores artificiais, etc, até que seja viabilizada a remoção dos órgãos para transplante.
Esse diagnostico pode, em princípio, ser dado em qualquer hospital, desde que ele tenha neurologista e os equipamentos necessários para a realização dos exames.
No Brasil, as coisas ainda não são assim. Mas, excepcionalmente, ao suspeitar-se de ocorrência de morte encefálica, uma equipe e equipamentos podem ser deslocados de um hospital para outro.

Coma x Morte encefálica
É de fundamental importância que não se confunda COMA com morte encefálica.
O estado de coma é um processo reversível. Já a morte encefálica não. Do ponto de vista médico e legal, o paciente em coma está vivo.
Para que a morte encefálica seja confirmada é necessário o diagnóstico de, pelo menos, dois médicos, sendo um deles neurologista. Os exames complementares para a confirmação da morte encefálica são o eletroencefalograma e a arteriografia cerebral, são realizados, pelo menos duas vezes, com intervalo de seis horas. Só então a morte encefálica pode ser confirmada.

Que tecidos e órgãos podem ser doados pós-morte?
Rins, pulmões, coração, válvulas cardíacas, fígado, pâncreas, intestino, córneas, óssos, cartilagens, tendão, veia e pele.

Quanto tempo após a morte encefálica pode-se esperar para que se realize o transplante?
O Coração e pulmão são os órgão que menos tempo podem esperar. O intervalo máximo entre a retirada e a doação não deve exceder quatro horas. O ideal é a cirurgia simultânea desses dois órgãos.
O Fígado resiste até 24 horas fora do organismo.
O Rim é bastante resistente, com espera de 24 a 48 horas.
O Pâncreas, como no caso do coração e do pulmão, as cirurgias de retirada e doação, tem de ser feitas quase que simultaneamente.
A Córnea pode permanecer até sete dias fora do organismo, desde que mantida em condições apropriadas de conservação.

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