A principal dificuldade enfrentada pelo transplantado é a rejeição, resposta imunológica na qual células do sistema imune reconhece o enxerto como “corpo estranho”. Essa resposta pode ser humoral e/ou celular contra o antígeno do receptor dependendo do tipo de enxerto: nas transfusões sanguíneas, os anticorpos formados promovem lise ou fagocitose acelerada dessas células; nos transplantes de tecidos com células nucleadas, a resposta é expressiva.
Estudos realizados com camundongos que receberam transplante de pele evidenciam que os mecanismos celulares são importantes na rejeição e as respostas imunes têm especificidades. A transferência de linfócitos de um animal A, transplantado e que rejeitou o transplante B, para outro animal isogênico A, faz com que a rejeição das células B ocorra coma mesma rapidez da rejeição secundária, indício que as células sensibilizadas comandam o processo de rejeição; já a transferência de soro pouco, ou quase nada altera a rejeição. Assim, concluíram que a aplicação de soro antilinfócitos T CD4+ antes do transplante impede a rejeição.
A melhor forma encontrada para contornar parcialmente a rejeição foi o transplante de órgãos de receptores compatíveis com o doador de acordo com o MHC. Transplantes entre indivíduos geneticamente idênticos (transplantes isogênicos) têm mais sucesso do que quando não há semelhanças de MHC, ou seja, quando o doador é geneticamente diferente do receptor (transplantes alogênicos), o mesmo ocorre quando os indivíduos são de espécies diferentes (transplantes xenogênicos). O polimorfismo MHC é muito grande em humanos, o que implica difícil identificação da histocompatibilidade de um indivíduo. Dessa forma, dada a possibilidade de imprecisão na tipagem da histocompatibilidade, transplantes feitos entre indivíduos considerados histocompatíveis podem ser rejeitados, isso porque antígenos secundários (mHag), embora menos potente, podem levar à rejeição.
Contudo, praticamente em todos os transplantes é preciso fazer o uso de medicamentos imunossupressores ou utilizar recursos para induzir tolerância, para assim evitar a rejeição.
Ainda que os tipos de lesão sejam praticamente os mesmos (lesões vasculares e lesões parenquimatosas, com necrose celular e infiltrado linfomacrofágico), a rejeição depende de mecanismos particulares em diferentes tipos de enxertos e podem ser hiperaguda, aguda precoce, aguda tardia ou crônica.
A rejeição hiperaguda ocorre logo após a implantação do órgão e se deve à existência de anticorpos IgM (anticorpos naturais) contra antígenos do doador pré-formados no receptor e caracteriza-se pelo aparecimento rápido de trombose vascular.
A rejeição aguda precoce ou rejeição aguda celular ocorre nos primeiros 10 dias, com degeneração e necrose das células, além de trombose.
Na rejeição aguda tardia, que se manifesta após 10 dias do transplante, há infiltado linfomacrofágico na parede celular, lesão endotelial e exsudação de células mononucleadas.
Já a rejeição crônica é indiciosa e se caracteriza por fibrose progressiva, aumento da matriz extracelular no estroma do órgão, hipotrofia progressiva do parênquima e produção de grande quantidade de citocinas fibrosantes.
REFERÊNCIA
FILHO, Geraldo Brasileiro. Bogliolo Patologia. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
Estudos realizados com camundongos que receberam transplante de pele evidenciam que os mecanismos celulares são importantes na rejeição e as respostas imunes têm especificidades. A transferência de linfócitos de um animal A, transplantado e que rejeitou o transplante B, para outro animal isogênico A, faz com que a rejeição das células B ocorra coma mesma rapidez da rejeição secundária, indício que as células sensibilizadas comandam o processo de rejeição; já a transferência de soro pouco, ou quase nada altera a rejeição. Assim, concluíram que a aplicação de soro antilinfócitos T CD4+ antes do transplante impede a rejeição.
A melhor forma encontrada para contornar parcialmente a rejeição foi o transplante de órgãos de receptores compatíveis com o doador de acordo com o MHC. Transplantes entre indivíduos geneticamente idênticos (transplantes isogênicos) têm mais sucesso do que quando não há semelhanças de MHC, ou seja, quando o doador é geneticamente diferente do receptor (transplantes alogênicos), o mesmo ocorre quando os indivíduos são de espécies diferentes (transplantes xenogênicos). O polimorfismo MHC é muito grande em humanos, o que implica difícil identificação da histocompatibilidade de um indivíduo. Dessa forma, dada a possibilidade de imprecisão na tipagem da histocompatibilidade, transplantes feitos entre indivíduos considerados histocompatíveis podem ser rejeitados, isso porque antígenos secundários (mHag), embora menos potente, podem levar à rejeição.
Contudo, praticamente em todos os transplantes é preciso fazer o uso de medicamentos imunossupressores ou utilizar recursos para induzir tolerância, para assim evitar a rejeição.
Ainda que os tipos de lesão sejam praticamente os mesmos (lesões vasculares e lesões parenquimatosas, com necrose celular e infiltrado linfomacrofágico), a rejeição depende de mecanismos particulares em diferentes tipos de enxertos e podem ser hiperaguda, aguda precoce, aguda tardia ou crônica.
A rejeição hiperaguda ocorre logo após a implantação do órgão e se deve à existência de anticorpos IgM (anticorpos naturais) contra antígenos do doador pré-formados no receptor e caracteriza-se pelo aparecimento rápido de trombose vascular.
A rejeição aguda precoce ou rejeição aguda celular ocorre nos primeiros 10 dias, com degeneração e necrose das células, além de trombose.
Na rejeição aguda tardia, que se manifesta após 10 dias do transplante, há infiltado linfomacrofágico na parede celular, lesão endotelial e exsudação de células mononucleadas.
Já a rejeição crônica é indiciosa e se caracteriza por fibrose progressiva, aumento da matriz extracelular no estroma do órgão, hipotrofia progressiva do parênquima e produção de grande quantidade de citocinas fibrosantes.
REFERÊNCIA
FILHO, Geraldo Brasileiro. Bogliolo Patologia. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
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