quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Eu queria... Eu posso
Alguns efeitos colaterais do imunossupressores
O trabalho da CIHDOTT em Vitória da Conquista
CIHDOTT - Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes
Segundo a psicóloga Drª Karine Barbosa, responsável pelo setor CIDOTT do Hospital Regional de Vitória da Conquista, já existe no mesmo uma equipe de profissionais da área da saúde especializada e capacitada para a captação de órgãos para transplante. Nesta, existem somente 4 enfermeiros. No momento da captação, uma equipe especializada de salvador também é acionada. É para Salvador que os órgãos são, posteriormente, enviados, devido a cidade não ter um Banco de Órgãos.
É uma tarefa muito difícil, afirma Karine, pois logo depois do óbito a equipe de abordagem vai até os familiares para tentar conseguir a doação de órgãos do falecido. Por falta de informação e falta de campanha de incentivo à doação, essa tarefa torna-se difícil, mas não impossível. Antes de efetuar a captação, precisa-se fazer uma entrevista com familiares, análise do prontuário, exame do corpo do doador, amostra sangüinea, AgHBs, AntiHbc, Anti-HCV, Anti-HIV 1 e Anti-HIV 2. A psicóloga afirmou ainda que Vitória da Conquista está dando um grande passo nessa área de transplante de órgãos, e que ela irá trabalhar no incentivo a doação e lutar para posteriormente conquistar uma implantação de Banco de Órgãos.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Entrevista com Dr. Fernando Quadros
Quando foi realizado o transplante?
Em 19 de outubro de 2009
As córneas foram captadas em Vitória da Conquista, pela equipe de captação, que é um grupo de profissionais da área de saúde bem treinados e sempre prontos para realizarem a abordagem e captação. Elas foram transportadas para o banco de órgãos de Salvador, onde foi feita uma avaliação, preservação e disponibilização para as equipes transplantadoras. A cirurgia teve com duração de 1 hora.
Ela precisou ser transplantada porque sofreu uma lesão no olho, e por conta disso estava perfurando a córnea, se essa perfuração persistisse, a paciente perderia o olho. Então, fizemos a cirurgia de emergência pra recuperar, na verdade, mais o olho que propriamente a visão.
Ela está se recuperando muito bem, está enxergando vultos e se seu organismo continuar respondendo, ela voltará a enxergar como antes.
A pessoa pode ficar cega ou ter rejeição do organismo.
Ate 6 horas depois de decretado o óbito.
Devemos conscientizar que se podemos devolver a vida de outras pessoas quando a nossa for perdida, devemos fazer essa caridade, falar e mostrar que além de estar doando os seus órgãos estamos doando vida.
Ajude-nos a salvar vidas...
Wilson de Moura - recebeu um rim há quatro anos.
Ajude-nos a ajudar mais vidas... doe órgãos!!!
Entrevista com Dr. Magnovaldo Marques
Existe algum impacto psicológico sobre os indivíduos portadores de órgãos trasnplantados?
Se existem, só se for positivos, pois a alegria de receber um órgão trás uma nova esperança de vida, modificando o ambiente familiar, tornado as pessoas mais humanizadas.
O processo pós-operatório é muito doloroso para o paciente?
Não só do ponto de vista físico, mas também comportamental, pois o transplantado cria uma expectativa em torno da nova oportunidade posta. Pois o risco de uma rejeição é muito grande, frustrando muitas vezes a expectativa do recebedor do órgão transplantado.
Quais os cuidados que uma pessoa transplantada deve tomar?
Todos, pois a cirurgia de um transplante é de alto risco, principalmente pelas drogas usadas para diminuir a rejeição, que são os medicamentos imunossupressores que tornam a imunidade do corpo muito suscetível a outras infecções, tais como gripes, tuberculose, etc.
De que forma podemos diminuir o preconceito ou esclarecer as pessoas sobre como funcionar a doação?
O governo deve melhorar a estrutura dos hospitais, habilitando-os a realizarem transplantes. Isso está restrito a São Paulo e outras capitais. Enquanto a população não ver de perto esses benefícios, dificilmente vai atender ao apelo de atores da televisão. As campanhas tem que se interiorizarem, ficar mais fácil próximas da sociedade, se quisermos que elas surtam efeitos.
Quais os medicamentos utilizados no pós-transplante e quanto tempo dura o tratamento?
São drogas imunossupressoras, que podem ser usadas por um período ou até por uso contínuo a depender do órgão transplantado.
Oração do Doador
Dêem a minha visão ao homem que jamais viu o raiar do sol, o rosto de uma criança ou o amor nos olhos de uma mulher.
Dêem o meu coração a uma pessoa cujo coração apenas experimentou dias infindáveis de dor.
Dêem o meu sangue ao jovem que foi retirado dos destroços de seu carro, para que ele possa viver para ver os seus netos brincarem.
Dêem os meus rins às pessoas que precisam de uma máquina para viver de semana em semana.
Retirem os meus ossos, cada músculo, cada fibra e nervo do meu corpo e encontrem um meio para fazer uma criança inválida caminhar.
Explorem cada canto do meu cérebro. Retirem as minhas células, se necessário, e deixem-nas crescerem para que, um dia, um menino mudo possa ouvir o gritar em um momento de felicidade ou uma menina surda possa ouvir o barulho da chuva de encontro à sua janela.
Queimem o que restar de mim e espalhem as cinzas ao vento, para que elas ajudem as flores a brotarem.
Se tiverem que enterrar algo, que sejam meus erros, minhas fraquezas e todo o mal que fiz aos meus semelhantes.
Dêem os meus pecados ao diabo. Dêem a minha alma a Deus.Se, por acaso, desejarem lembrar-se de mim, façam isso com ação ou palavra amiga a alguém que precise de vocês.
Se fizerem tudo o que pedi, estarei vivo para sempre.
(Autor desconhecido)
Eu, Edilson dos Santos Coelho, 30 anos...
Descobri há 7 anos a minha insuficiência renal, através de exames de rotina com um clínico geral. Como não sentia nenhum sintoma, foi complicado a identificação da enfermidade, caracterizada por glomerulonefrite. Contudo, isso não me impede de realizar atividades rotineiras, sou uma pessoa normal!!!
Realizo seções de hemodiálise a um ano e seis meses, 3 vezes por semana durante um período de 4 horas. Como tudo o que quero, mas procuro sempre evitar alimentos que contém fósforo e potássio.
Sobre a fila única... eu não cheguei a ser “alistado”. Em minha família há várias pessoas compatíveis. Minha mãe é uma delas. E foi durante a realização dos exames preparatórios que descobrimos que ela também possui a mesma doença e assim, ficou impossibilitada de me doar um dos seus rins. Então, minha tia Maísa, também compatível para a doação, realizou os mais de 80 exames, e será minha doadora, na cirurgia que se realizará em janeiro de 2010.
Um aviso àqueles que ainda não sabem porque doar: a doação é um gesto de amor e salva vidas!!!
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Tire suas dúvidas sobre Doação e Transplante de Córnea
Vitória da Conquista tem, desde o início de maio/09, um novo centro especializado em retirada e transplante de córnea. Coordenado pelo Dr. Fernando Quadros, o novo centro vai poder beneficiar muitos pacientes que antes tinham que se deslocar para outras cidades/estados para realizarem tratamentos de doenças da córnea. O grande desafio ainda é aumentar o número de doações através da conscientização e informação da população (na Bahia o índice de negativa familiar para a doação ainda é maior que 50%) e assim contar com a generosidade da população para que cada vez mais pessoas possam ser beneficiadas e voltem a enxergar.
O QUE É A CÓRNEA?
A córnea é a estrutura em forma de cúpula que se encontra na parte frontal do olho (de forma grosseira, podemos compará-la ao vidro de um relógio). Ela tem a função de focar a luz, como uma lente, através da pupila e assim permitir que a imagem seja convertida na retina e enviada para o cérebro.
O QUE É O TRANSPLANTE DE CÓRNEA?
O transplante é uma cirurgia que troca a porção central da córnea doente por uma córnea sadia doada. Voltando ao exemplo de um relógio; se o vidro estiver embaçado, para podermos usá-lo, é necessário substituir por outro transparente. Da mesma forma, o transplante só está indicado quando o problema for na córnea. Em tais situações, a visão fica prejudicada e não é possível melhorá-la com uso de óculos. Só a troca da córnea doente por outra sadia e transparente pode melhorar a visão.
O OLHO, COMO UM TODO, PODE SER TRANSPLANTADO?
Não. Somente alguns tecidos oculares podem ser usados para fins terapêuticos, como a córnea, para transplantes, e a esclera (branco do olho), para ser usada em cirurgias de glaucoma e plásticas oculares.
É SEGURO PARA O PACIENTE RECEBER UM TECIDO OCULAR DOADO? EXISTE A POSSIBILIDADE DE TRANSMISSÃO DE ALGUMA DOENÇA?
Em princípio, todas as doações são aceitas. O ato da doação é extremamente benéfico à família pesarosa. O Banco de Olhos exerce, no entanto, rigoroso controle de qualidade visando oferecer córneas viáveis e sem risco de transmissão de doenças ao doador.
QUEM PODE SE BENEFICIAR COM O TRANSPLANTE DE CÓRNEA?
Somente aquelas pessoas que tenham alteração na córnea, de qualquer idade. A cor dos olhos doados não influencia, já que a parte que será utilizada para transplante, a córnea, é sempre transparente.
QUE ALTERAÇÕES DA CÓRNEA SÃO ESTAS?
As doenças principais que levam à necessidade de realização de transplante de córnea são ceratocone e edema de córnea pós-cirurgia de catarata. Existem ainda as opacidades corneanas centrais pós-infecção (úlcera de córnea), pós-traumas perfurantes, pós-queimadura química, distrofias corneanas (alterações hereditárias) ou até mesmo congênitas.
QUANDO ESTÁ INDICADA A CIRURGIA DE TRANSPLANTE DE CÓRNEA?
Esse tipo de cirurgia é indicado quando existe a perda da integridade, opacidade central, curvatura anormal da superfície (ceratocone) que não possa ser corrigida por lentes de contato, e infecção da córnea que não responde ao tratamento clínico.
RESULTADO VISUAL PÓS-OPERATÓRIO: geralmente a visão melhora um pouco logo no dia seguinte, e vai melhorando gradualmente no período pós-operatório. O acompanhamento médico é longo, um ano em média, com visitas regulares.
A RETIRADA DOS PONTOS pode ser iniciada com 3 a 4 meses e se estender até um ano ou mais. Se houver pontos frouxos, eles têm de ser retirados rapidamente, por aumentar o risco de rejeição.
O RISCO DE REJEIÇÃO existe a vida inteira, mas há tratamento clínico. Quanto antes tratar maior a chance de reverter a rejeição.
QUEM PODE DOAR A CÓRNEA?
Qualquer pessoa que tenha a córnea sadia. Não há limite de idade. Uso de óculos não impede a doação. Mesmo que tenha os olhos afetados por miopia, hipermetropia, astigmatismo, catarata e outras doenças, poderá doá-los, pois para o transplante é aproveitada apenas a córnea. No caso da doação dos olhos é melhor fazer a doação em vida. Para tanto a pessoa deve se inscrever em um banco de olhos ou um posto de doação e deve informar seus familiares para que seja cumprida sua vontade após sua morte. A família deve avisar o banco de olhos logo após a morte do doador, pois os olhos poderão ser retirados até seis horas após o falecimento. A doação ocular só se torna efetiva após a morte. A doação não altera a aparência do doador e não interfere, nem atrasa o velório ou o enterro. Os que não se inscrevem, mas seus familiares, sabendo da intenção de seu ente querido, assinam o formulário de doação no momento da morte e mesmo assim podem doar.
Doação de Órgãos em Vitória da Conquista
A Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante – CIHDOTT, um órgão do hospital de base de Vitória da Conquista, é responsável por toda a captação e informação sobre transplante de órgãos da região sudoeste da Bahia pois são capacitados para :
- Articular- se com a CNCDO do Estado notificando as situações de possíveis doações de órgãos ou tecidos;
- Identificar os Recursos diagnósticos disponíveis na instituição, necessários para a avaliação do possível doador de órgãos e/ou tecidos;
- Articular- se com os profissionais de saúde encarregados do diagnóstico de ME e manutenção dos potenciais doadores;
- Organizar no âmbito da instituição, rotinas e protocolos que possibilitem o processo de doação de órgãos e tecidos;
- Garantir uma adequada entrevista familiar para solicitação da doação;
- Promover programa de educação continuada de todos os profissionais do estabelecimento para compreensão do processo de doação de órgãos e tecidos;
- Disponibilizar os insumos necessários para a captação efetiva de órgãos e tecidos no hospital;
- Articular-se com os respectivos Institutos Médicos Legais para agilizar o processo de necropsia dos doadores, facilitando a realização do procedimento no próprio hospital tão logo seja procedida a retirada dos órgãos;
- Avaliar a capacidade da instituição diagnosticando a potencialidade da captação de órgãos e tecidos;
- Definir juntamente com o diretor médico do estabelecimento de saúde, os indicadores de qualidade, com base no nº de potenciais doadores na instituição, considerando as suas características;
- Definir os parâmetros a serem adotados no acompanhamento das metas da contratualização, determinadas pela Portaria nº 1.702/GM de 2004, e encaminhar ao gestor local os indicadores de desempenho estabelecidos para hospital.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Imunossupressores
A ciclosporina (ciclosporina A) é um polipeptídio cíclico com ação imunossupressora que é derivado do fungo Beauvaria nivea. Este medicamento exerce sua função através da inibição reversível de linfócitos imunocompetentes que se encontram nas fases G0 e G1 da divisão celular. Os linfócitos T-helper são o alvo primário desta droga apesar das células T supressoras também poderem ser acometidas. A ciclosporina também é uma droga inibidora da calcineurina, ou seja, reduzindo a transdução da interleucina 2 (IL-2). O bloqueio da produção desta citocina influencia profundamente no processo de rejeição já que ela é crucial para o recrutamento e para a ativação dos linfócitos T-helper, além de ser um dos maiores determinantes da magnitude da resposta imunológica.Este medicamento é eliminado primariamente por via biliar, com alguma excreção urinária. A quantidade da ciclosporina é calculada de acordo com seus níveis séricos e com a unção renal. Sua dose é extremamente individualizada por causa de seu efeito sobre a função renal e por sua absorção e eliminação variáveis. Se inicia a administração da droga com 1 a 2 mg/kg/dia em duas doses diárias e se aumenta paulatinamente, conforme a tolerabilidade do paciente, até as doses de manutenção que variam entre 1–10 mg/kg/dia. Como não há uma relação clara entre os níveis da medicação e a atividade imunossupressora, os níveis variam de serviço para serviço com base na experiência de cada centro. Geralmente se realiza a medida do nível sérico duas horas após a dose e se acredita que esta dosagem reflete a imunossupressão mais do que a aferição no nível mais baixo.
A nefrotoxicidade é o principal efeito colateral da ciclosporina e ocorre por causa da vasoconstricção renal. Ela acontece em 40-70% dos pacientes e se manifesta de forma aguda através da elevação dos níveis de uréia e creatinina. A nefrotoxicidade aguda comumente é reversível com a redução da dose, enquanto a toxicidade renal crônica não. Esta forma irreversível está associada a alterações histológicas no rim que, em última análise, pode levar o paciente a necessitar de tratamento de suporte renal com diálise ou com a necessidade de transplante renal. Entre os outros efeitos tóxicos estão a hipercalemia, hipertensão, trombose venosa, tremor, cefaléia, parestesias, gota, hiperplasia de gengivas e hepatotoxicidade.
O tacrolimo, que era chamado de FK506 durante seu processo de desenvolvimento, é um antibiótico macrolídeo produzido pelo Streptomyces tsukubaensis. Ele possui ação imunossupressora semelhante à ciclosporina, ouse seja, ele também inibe a calcineurina e reduz a produção de IL-2. E mais uma vez, a ativação e o recrutamento de células T ficam reduzidos. Este medicamento pode produzir este efeito ao se ligar às proteínas FK506 no meio intracelular e é 100 vezes mais potente que a ciclosporina na inibição da síntese de IL-2.
O tacrolimo, assim como a ciclosporina, também suprime a imunidade humoral através da inibição da ativação de células B secundária ao bloqueio da produção de IL-2. Ele é metabolizado pelo sistema citocromo P-450 e seu uso é aprovado para pacientes submetidos a transplante hepático, cardíaco, de medula óssea e em outros transplantes. A dose mais utilizadas nos indivíduos receptores de transplantes é 0,1 a 0,15 mg/kg/d. A dosagem também se baseia na aferição dos níveis séricos e seus valores variam entre as diversas instituições. O perfil de toxicidade é um pouco diferente do da ciclosporina. Embora ele possua o mesmo grau de nefrotoxicidade, os estudo têm demonstrado uma menor incidência de hipertensão e de hiperlipidemia. Porém, uma taxa mais elevada de diabetes e de neurotoxicidade tem sido descrita.
Geralmente, o tacrolimo e a ciclosporina são bastante semelhantes com relação ao transplante e à sobrevida. Contudo, as taxas de rejeição e a necessidade do uso de corticosteróides é menor quando o tacrolimo é utilizado.
Por formar um complexo com as proteínas de ligação FK506, o sirolimo é estruturalmente relacionado com o tacrolimo. Entretanto, ele não inibe a calcineurina como fazem a ciclosporina e o tacrolimo. Seu mecanismo de ação não está totalmente esclarecido, mas parece que ele atua inibindo a transdução da IL-2 e induzindo a manutenção das células na fase G1 a S do ciclo celular. O sirolimo parece possuir efeito inibidor da gênese tumoral através da inibição da angiogênese e os estudos em andamento atualmente estão investigando esta propriedade.
Geralmente leva de 3 a 5 dias para se equilibrar os níveis séricos do sirolimo e, frequentemente, a amostra precisa ser enviada para outros laboratórios especializados que possuem os equipamentos capazes de realizar estes exames.
Entre os principais efeitos colaterais estão a aplasia de medula óssea (trombocitopenia, anemia e leucopenia), hiperlipidemia, edema periférico e dificuldade para cicatrização de feridas. O sirolimo isoladamente parece não causar uma nefrotoxicidade significativa.
A azatioprina é um derivado imidazol da 6-mercaptopurina. Ela inibe a síntese de ácido nucléico, suprimindo a hipersensibilidade celular e alterando a produção de anticorpos. Isto resulta na inibição da ativação de células T, na redução da síntese de anticorpos e na redução do numero de monócitos e granulócitos circulantes. Ela é eficaz na prevenção da rejeição, mas não possui um grande efeito na resposta imunológica já iniciada.
A azatioprina é metabolizada no fígado e nas hemácias. Ela possui um efeito menor sobre a função renal. Esta droga causa uma redução, dose-dependente, na contagem de leucócitos e plaquetas através da supressão da medula óssea. A dosagem comumente é calculada de acordo com a leucometria e com a contagem de plaquetas. Geralmente a dose inicial é 3-5 mg/kg/d. A dose de manutenção costuma ser menor, em 1-3mg/kg/d. O monitoramento cuidadoso da função renal possibilita a percepção de disfunção renal grave, com uma possível redução em sua dose. Entretanto, a monitoração dos níveis séricos, geralmente não é necessária. Os principais efeitos tóxicos desta droga são a neutropenia e a trombocitopenia. Os efeitos colaterais menos comuns são a náusea, vômito, pancreatite, hepatotoxicidade e o desenvolvimento de câncer.
O micofenolato, e seu éster 2-morfolinoetil do ácido micofenólico (MMF), é um antibiótico com propriedades imunossupressoras e que foi isolado a partir de espécies do Penicillium. Seu mecanismo de ação é semelhante ao da azatioprina, mas ela não causa tanta supressão de medula óssea. Ele atua inibindo seletivamente a síntese de purinas e, desta forma, é um potente inibidor da proliferação de células T e B.
O principal papel do micofenolato atualmente é no tratamento da rejeição aguda. Entretanto, esta droga vem apresentando uma importância crescente na manutenção da imunossupressão. Apesar de estar aprovado para o uso em pacientes submetidos a transplante renal, o micofenolato vem sendo cada vez mais utilizado em pacientes submetidos a transplantes cardíacos e hepáticos. Ele é metabolizado no fígado em sua forma ativa, o ácido micofenólico; e subsequentemente sofre o processo de transformação para sua forma inativa, que é eliminada por via renal. A dose oral é de 2-4g/d e é preciso reduzi-la quando o paciente apresenta insuficiência renal. O acompanhamento dos níveis séricos geralmente não é necessário.
Os principal efeito colateral é a neutropenia, mas ela parece ser menos grave que a causada pela azatioprina. Os sintomas gastrointestinais são efeitos colaterais menos frequentes.
Quase todos os pacientes submetidos a um transplante recém corticosteróides. Este medicamento possui um efeito antiinflamatório inespecífico e atua primariamente sobre o gene de transcrição da citocina. Desta forma, eles previnem o recrutamento e a ativação das células T. Geralmente a metilprednisolona é iniciada e depois ela é substituída pela prednisona por via oral (cerca de 1mg/kg). Os pacientes que apresentam uma rejeição aguda são tratados com doses elevadas e que são suspensas depois.O uso de corticosteróides está associado com inúmeros efeitos colaterais, tais como hipertensão, aparência cushingóide, alterações de personalidade, ganho ponderal, dislipidemia, osteoporose, hiperglicemia, diabetes, cataratas e com o aumento do risco de infecções.
Transplante de fígado
Esse tipo de transplante era realizado apenas entre um doador falecido. Contudo, devido ao aumento da lista única de espera e do número de mortes dos pacientes que esperavam esse tipo de tranplante, soluções foram buscadas e chegou-se à possibilidade de se realizar transpante hepático intervivos.
O primeiro Transplante Hepático Intervivos foi realizado em 1988 pela equipe do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, e a primeira sobrevida foi obtida na Austrália, em 1989. A viabilidade desse tipo de transplante e sua aplicação clínica foram demonstradas após as primeiras séries de casos publicadas pelos grupos de Chicago (EUA) e de Kyoto (Japão), no início dos anos 90.
Em junho de 1995, o grupo de hepatologia e transplante de fígado realizou no Hospital Sírio Libanês de São Paulo o primeiro Transplante Hepático Intervivos com sucesso no Brasil, dando início ao primeiro programa dessa natureza no país. Em 1999, o programa foi ampliado para pacientes adultos.
O Transplante Intervivos somente é possível devido à capacidade de regeneração das células hepáticas. Esta regeneração ocorre tanto no fígado do doador (fígado remanescente) quanto no fígado do receptor (enxerto). Portanto, meses após o procedimento o fígado atinge seu tamanho original. Atualmente, 20% do total de transplantes hepáticos realizados no Brasil são feitos com doadores vivos. Este tipo de transplante possibilita melhor preparo do receptor para a cirurgia, que é feita de maneira programada.
O Transplante Intervivos é tecnicamente mais difícil do que o convencional (Transplante com Doador Falecido), apresentando maior número de complicações no receptor. No entanto, as duas modalidades de transplantes, apresentam resultados de sobrevida semelhantes.
Entre as complicações possíveis no período pós-operatório imediato estão a rejeição aguda e a insuficiência hepática precoce, além das complicações biliares e vasculares. Entretanto, estas complicações geralmente são detectadas durante a internação no hospital em que o procedimento foi realizado.
A sobrevida, tanto do tecido transplantado quanto do paciente, tem sido possível graças à imunossupressão após o transplante. A rejeição do órgão é controlada graças a um tratamento imunossupressor. A terapêutica padrão inclui a combinação entre corticosteróides, inibidores da calcineurina (ciclosporina ou tacrolimo) e um agente antiproliferativo. A indução é atingida, no momento do transplante, através do uso de esteróides em altas doses em associação com um anticorpo monoclonal ou com uma globulina antimiocítica, seguido da administração de azatioprina ou de ciclosporina. Entre os medicamentos mais modernos utilizados na indução da imunossupressão estão o tacrolimo (que inibe a proliferação de células T, tal como a ciclosporina) e o micofenolato (um inibidor semelhante à azatioprina, porém menos seletivo).
As intercorrências mais frequentes entre os pacientes submetidos a um transplante hepático e que podem chegar a um pronto-socorro são a rejeição aguda, a trombose vascular, a infecção e a fistula ou constrição biliar. Estes pacientes também apresentam um risco mais elevado de desenvolver câncer, o que deve ser considerado durante o processo de avaliação. Os efeitos colaterais das drogas imunossupressoras também podem complicar a situação do paciente.
Rejeição
Estudos realizados com camundongos que receberam transplante de pele evidenciam que os mecanismos celulares são importantes na rejeição e as respostas imunes têm especificidades. A transferência de linfócitos de um animal A, transplantado e que rejeitou o transplante B, para outro animal isogênico A, faz com que a rejeição das células B ocorra coma mesma rapidez da rejeição secundária, indício que as células sensibilizadas comandam o processo de rejeição; já a transferência de soro pouco, ou quase nada altera a rejeição. Assim, concluíram que a aplicação de soro antilinfócitos T CD4+ antes do transplante impede a rejeição.
A melhor forma encontrada para contornar parcialmente a rejeição foi o transplante de órgãos de receptores compatíveis com o doador de acordo com o MHC. Transplantes entre indivíduos geneticamente idênticos (transplantes isogênicos) têm mais sucesso do que quando não há semelhanças de MHC, ou seja, quando o doador é geneticamente diferente do receptor (transplantes alogênicos), o mesmo ocorre quando os indivíduos são de espécies diferentes (transplantes xenogênicos). O polimorfismo MHC é muito grande em humanos, o que implica difícil identificação da histocompatibilidade de um indivíduo. Dessa forma, dada a possibilidade de imprecisão na tipagem da histocompatibilidade, transplantes feitos entre indivíduos considerados histocompatíveis podem ser rejeitados, isso porque antígenos secundários (mHag), embora menos potente, podem levar à rejeição.
Contudo, praticamente em todos os transplantes é preciso fazer o uso de medicamentos imunossupressores ou utilizar recursos para induzir tolerância, para assim evitar a rejeição.
Ainda que os tipos de lesão sejam praticamente os mesmos (lesões vasculares e lesões parenquimatosas, com necrose celular e infiltrado linfomacrofágico), a rejeição depende de mecanismos particulares em diferentes tipos de enxertos e podem ser hiperaguda, aguda precoce, aguda tardia ou crônica.
A rejeição hiperaguda ocorre logo após a implantação do órgão e se deve à existência de anticorpos IgM (anticorpos naturais) contra antígenos do doador pré-formados no receptor e caracteriza-se pelo aparecimento rápido de trombose vascular.
A rejeição aguda precoce ou rejeição aguda celular ocorre nos primeiros 10 dias, com degeneração e necrose das células, além de trombose.
Na rejeição aguda tardia, que se manifesta após 10 dias do transplante, há infiltado linfomacrofágico na parede celular, lesão endotelial e exsudação de células mononucleadas.
Já a rejeição crônica é indiciosa e se caracteriza por fibrose progressiva, aumento da matriz extracelular no estroma do órgão, hipotrofia progressiva do parênquima e produção de grande quantidade de citocinas fibrosantes.
REFERÊNCIA
FILHO, Geraldo Brasileiro. Bogliolo Patologia. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
sábado, 31 de outubro de 2009
Onde realizar transplantes na Bahia
Brasil Memorial S/A Empreenda. Partic. Itaigara Memorial Day – trasnplante de córnea - (71)3350-6111/6183
Clinica de Olhos Calheira - Calheira Day Hospital - transplante de córnea - (73)3525-4630 ou 8102-0520
Clínica Oftalmológica Jefferson Torres Ltda – transplante de córnea - (71)3245-5655
COE - Eye Clinic LTDa - Feira de Santana – transplante de córnea
Fundação Monte Tabor / Hospital São Raphael/ Centro Ítalo Brasileiro de Promoção Sanit. – trasnplante de córnea - (71)3281-6288
HL de Oliveira Neto e Cia Ltda – transplante de córnea - (75) 21022017 clihon@clihon.com.br
Day Horc - Hospital de Olhos Ruy Cunha – transplante de córnea - (71)3352-2300
Hospital Universitário Prof. Edgard Santos – transplante de córnea - (71)3339-6298/3339-6159
Instituto Brasileiro de Oftalmologia e Prevenção da Cegueira - IBOPC – trasnplante de córnea - (71)3173-8200/3173-8224
Instituto de Olhos Freitas – trasnplante de córnea -(71)3330- 6148/81010528
Hospital Santa Luzia – transplante de córnea
Hospital e Clínica São Mateus Ltda – transplante de córnea
Real Soc. Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro – transplante de córnea - (71)3203-5168/5143
SANDES - Centro Médico Especializado Ltda
Hospital de Olhos de Conquista Ltda. – transplante de córnea
UNIMED de Feira de Santana – transplante de córnea - (75) 2102-9700
Fundação Monte Tabor / Hospital São Raphael/ Centro Ítalo Brasileiro de Promoção Sanit. – transplante de figado - (71)3303-0612/3393-0079
Real Soc. Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro – transplante de figado - (71)3203-5555/ 3331-1317
Real Soc. Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro – transplante de medula - (71)3203-5555/ 3331-1317
Real Sociedade Espanhola de Beneficência – transplante de osso - (71)3264-1550/ 3264-1744
Fundação Monte Tabor / Hospital São Raphael/ Centro Ítalo Brasileiro de Promoção Sanit. – transplante de rim - (71)3393-0612
Real Soc. Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro – transplante de rim -(71)3203-5555/ 3331-1317
Real Sociedade Espanhola de Beneficencia - transplante de rim - (71)3264-1744/ 3264-1550
Santa Casa de Misericórdia de Itabuna - Hospital Calixto Midlej Filho (73) 3214-2268
Hospital Ana Nery – transplante de rim - (71)3117-1915
Hospital Santo Antônio – transplante de rim
Hospital do Oeste – Barreiras - busca ativa
Hospital de Base Luis Eduardo Magalhães – Itabuna - busca ativa Santa Casa de Misericordia de Itabuna - busca ativa
Real Sociedade Espanhola de Beneficencia - transplante de coração
Hospital Santa Izabel - Santa Casa de Misericordia da Bahia – transplante de coração
Seja um doador...
Estamos na campanha de convencê-los, leitores, a serem doadores, mas quem realmente pode ser um doador? Em vida, o doador em potencial é aquela pessoa que tem parentesco consangüíneo de até quarto grau com o indivíduo que receberá o órgão transplantado. Isso significa pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos. Além desses casos, cônjuges podem fazer doações e toda pessoa que apresentar autorização judicial. Essa autorização é dispensada no caso de transplante de medula óssea. A doação por menores de idade é permitida somente com autorização de ambos os pais ou responsáveis. Pessoas não identificadas e deficientes mentais não podem ser doadores. O doador deve ter até 60 anos, em geral. Mas, para o caso de transplante de fígado, a idade do doador pode chegar até 80. Sendo que o doador deve fazer exames de HIV e de hepatites B e C. E deve fazer também provas de função hepática, de função renal e de função pulmonar.
Como funciona o sistema de captação de órgãos?
Passo 1: identificação do potencial doador
Um doador em potencial é um paciente com morte encefálica, internado em hospital sob cuidados intensivos. Por algum tempo, suas condições de circulação sangüínea e de respiração poderão ser mantidas por meios artificiais. Nesse período, é informada à família a possibilidade de doação dos órgãos. Caso a família concorde com a doação, viabiliza-se a remoção dos órgãos depois que o diagnóstico de morte encefálica se confirmar. A notificação deste diagnóstico é OBRIGATÓRIA POR LEI.
O diagnóstico de morte encefálica passa por algumas etapas: o primeiro passo é o diagnóstico clínico, que deve ser repetido após seis horas de observação, sendo pelo menos uma destas avaliações realizada por médico neurologista. Em seguida, deve ser documentado através de um exame complementar: eletroencefalograma, angiografia cerebral, entre outros. Cabe ressaltar que nenhum dos médicos responsáveis pelo diagnóstico de morte encefálica pode fazer parte de equipe que realiza transplante.
Passo 2: notificação
O hospital notifica a Central de Transplantes sobre um paciente com suspeita de morte encefálica (potencial doador). No Estado de São Paulo a captação se faz de forma regionalizada - a Central de Transplantes repassa a notificação para uma OPO (Organização de Procura de Órgão) que cobre a região do hospital notificador.
Passo 3: avaliação
A OPO se dirige ao Hospital e avalia o doador com base na sua história clínica, antecedentes médicos e exames laboratoriais. Avalia-se a viabilidade dos órgãos, bem como a sorologia para afastar doenças infecciosas e teste de compatibilidade com prováveis receptores. A família é abordada sobre a doação e também pode autorizar a remoção do paciente para o hospital da OPO, que muitas vezes tem mais condições para uma melhor manutenção.
Passo 4: informação do doador efetivo
A OPO informa a Central de Transplantes quando o doador já tem toda a sua avaliação completada e o mesmo é viável. São passadas todas as informações colhidas, resultados de exames, peso, altura, medicações em uso, condições hemodinâmicas atuais, bem como local e hora marcada para a extração dos órgãos.
Passo 5: seleção dos receptores
Todo paciente que precisa de transplante é inscrito na Lista Única de Receptores do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde (cuja ordem é seguida com rigor, sob supervisão do Ministério Público), por uma equipe responsável pelo procedimento do transplante. A partir desse cadastro, a Central de Transplantes emite uma lista de receptores inscritos, compatíveis para o doador; no caso dos rins deve-se fazer ainda uma nova seleção por compatibilidade imunológica ou histológica.
Passo 6: identificação das equipes transplantadoras
A Central de Transplantes informa a equipe de transplante (aquela equipe específica que inscreveu o paciente na Lista Única de Receptores do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde - controlada pelo Ministério Publico) sobre a existência do doador e qual paciente receptor foi nomeado. Cabe à equipe decidir sobre a utilização ou não deste órgão, uma vez que é o médico o conhecedor do estado atual e condições clínicas de seu paciente.
Passo 7: os órgãos
As equipes fazem a extração no hospital (OPO) onde se encontra o doador, em centro cirúrgico, respeitando todas as técnicas de assepsia e preservação dos órgãos. Terminado o procedimento, as equipes se dirigem para seus hospitais de origem para procederem à transplantação.
Passo 8: liberação do corpo
O corpo é entregue à família condignamente recomposto, sendo fornecida toda orientação necessária para a família.
Fonte: www.soudoador.org
Morte encefálica e os transplantes
O que é morte encefálica?
É a morte da pessoa. É uma lesão irrecuperável do cérebro, com interrupção definitiva e irreversível de todas as atividades cerebrais. Assim, quando o cérebro morre, os demais órgãos e tecidos também morrem. Alguns resistem mais tempo, como as córneas e a pele. Outros, como o coração, pulmão, rim e fígado sobrevivem por muito pouco tempo. Mesmo confirmada a morte encefálica, através do exame da circulação cerebral, as condições de circulação sangüínea e de respiração da pessoa acidentada poderão ser mantidas por meios artificiais, na UTI, com medicamentos que aumentam a pressão arterial, respiradores artificiais, etc, até que seja viabilizada a remoção dos órgãos para transplante.
Esse diagnostico pode, em princípio, ser dado em qualquer hospital, desde que ele tenha neurologista e os equipamentos necessários para a realização dos exames.
No Brasil, as coisas ainda não são assim. Mas, excepcionalmente, ao suspeitar-se de ocorrência de morte encefálica, uma equipe e equipamentos podem ser deslocados de um hospital para outro.
Coma x Morte encefálica
É de fundamental importância que não se confunda COMA com morte encefálica.
O estado de coma é um processo reversível. Já a morte encefálica não. Do ponto de vista médico e legal, o paciente em coma está vivo.
Para que a morte encefálica seja confirmada é necessário o diagnóstico de, pelo menos, dois médicos, sendo um deles neurologista. Os exames complementares para a confirmação da morte encefálica são o eletroencefalograma e a arteriografia cerebral, são realizados, pelo menos duas vezes, com intervalo de seis horas. Só então a morte encefálica pode ser confirmada.
Que tecidos e órgãos podem ser doados pós-morte?
Rins, pulmões, coração, válvulas cardíacas, fígado, pâncreas, intestino, córneas, óssos, cartilagens, tendão, veia e pele.
Quanto tempo após a morte encefálica pode-se esperar para que se realize o transplante?
O Coração e pulmão são os órgão que menos tempo podem esperar. O intervalo máximo entre a retirada e a doação não deve exceder quatro horas. O ideal é a cirurgia simultânea desses dois órgãos.
O Fígado resiste até 24 horas fora do organismo.
O Rim é bastante resistente, com espera de 24 a 48 horas.
O Pâncreas, como no caso do coração e do pulmão, as cirurgias de retirada e doação, tem de ser feitas quase que simultaneamente.
A Córnea pode permanecer até sete dias fora do organismo, desde que mantida em condições apropriadas de conservação.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Para realização de transplante de medula e doação de sangue, não é preciso autorização judicial. É necessário, apenas, boa vontade!
Como doar sangue:
Há três tipos principais de doação: de sangue total, por aférese e doação autóloga. A doação de Sangue Total é a doação habitual: são coletados até 450 mls de sangue em uma bolsa produzida com materiais e soluções que permitem a preservação do sangue. Os homens podem doar de 2 em 2 meses, até 4 vezes ao ano e as mulheres podem doar de 3 em 3 meses até 3 vezes ao ano.
Como é feita a doaçaõ de sangue total?
1 - Cadastro: o doador, portando um documento oficial com foto, é cadastrado e recebe um questionário para ser respondido. Esse questionário tem o objetivo de avaliar se há alguma situação ou doença que impeça a doação de sangue; as respostas devem ser sinceras e qualquer dúvida deve ser esclarecida na próxima etapa – a triagem clínica.
2 - Triagem clínica: o doador é entrevistado e examinado por profissional de saúde, em local que garanta a privacidade e o sigilo das informações. Esse profissional verifica as respostas do questionário e avalia pessoas com alto risco de transmitir doenças pelo sangue. O doador deve ser consciente de que as suas respostas são muito importantes para garantir a sua integridade física, bem como a de quem vai receber o seu sangue. A segurança do paciente que recebe transfusão começa com o doador.
3 - Coleta de sangue: a coleta de sangue dura no máximo 10 minutos. Todo o material utilizado é estéril e descartável Não há risco de contrair doenças doando sangue.
4 – Lanche: após a doação, o doador recebe um lanche e informações sobre os cuidados básicos que devem ser tomados após a coleta do sangue.
Quem esta escalado para doar sangue?
Qualquer pessoa que portar documento oficial de identidade com foto; estar bem de saúde; ter entre 18 e 65 anos; pesar, no mínimo, 50Kg; não estar em jejum; e não possuir nenhuma doença sexualmente transmissivel, como HIV.
Quem não pode doar?
Pessoas com febre acima de 37°C; pessoas gripadas; grávidas; mulheres com 90 dias após o parto normal ou com 180 dias após a cesariana; pessoas que estou fazendo uso de algum medicamento; anêmicos; pacientes cirúrgicos; pessoas que tenha feito ezxtração dentária em ate 72 horas; apendicite, hérnia, amigdalectomia e varizes; colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem seqüelas graves, tireoidectomia e colectomia; ingeriu bebida alcoólica; quem tem tatuagem deve ter um prazo de um ano sem doar; alguns tipos de vacinas; transfusão de sangue, que impede por 01 ano; estar amamentando e ter tido parceiro sexual exposto a situação de risco para AIDS: inapto enquanto mantiver relações sexuais com este parceiro.
Menores de 18 anos terão prioridade em transplante de órgãos
“É uma medida que tem um custo pequeno e, em tese, beneficia pessoas que tem uma maior perspectiva de vida produtiva e futura pela frente”, justificou Temporão. O impacto da implementação da nova legislação, que inclui aumento nos valores pagos pelo SUS a procedimentos ligados a transplantes, será de R$ 24,1 milhões no orçamento do Ministério até o final do ano que vem.
Além da priorização de menores de 18 anos, doadores que tenham alguma doença transmissível, como hepatite, poderão doar seus órgãos a pacientes que tenham a mesma doença e assinem um termo de consentimento. Tal prática já era autorizada pelas centrais de transplantes do Rio Grande do Sul e São Paulo e também realizada por algumas equipes médicas, em condições muitas vezes nebulosas.
No ano passado, o médico Joaquim Ribeiro Filho, pioneiro na realização de transplantes de fígado, foi acusado de furar a fila de espera ao transplantar órgãos “marginais” (fora da condição ideal) em seus pacientes. Ele alega que o fígado seria jogado fora porque a legislação não era específica sobre o assunto. Ribeiro Filho foi absolvido na esfera administrativa e aguarda julgamento do processo criminal.
Um dos problemas evidenciados pela denúncia contra o médico carioca foi a desorganização da fila de espera, que continha dados desatualizados de pacientes mortos, já transplantados e cujo estado de saúde era diferente do que aparecia na lista. Para dar mais transparência à fila, será implementado um sistema informatizado até o final do ano.
Similar ao utilizado pela Central Estadual de Transplantes de São Paulo, o novo programa permitirá à equipe médica a atualização online do prontuário do paciente. Quem estiver à espera de um órgão também poderá ver na internet a sua posição e o andamento da fila.
O novo regulamento também dificulta a comercialização de órgãos como fígado e rim, que podem ser feita por pessoas vivas.
Fonte: Comércio do Jahu
Transplantes de órgãos e tecidos no Brasil
O primeiro transplante de órgãos realizado no Brasil ocorreu em 1965 com doador vivo e em 1967 com doador morto, ambos foram tranplantes renais e realizados em São Paulo. Contudo, um longo período foi percorrido para que se regularizasse, através da Lei n° 9.434/97, a remoção de tecidos e órgão do corpo humano para transplantes.
Segundo a Legislação Brasileira, a remoção de constituintes do corpo humano só pode ser feita através de doação gratuita e o doador pode estar vivo ou post mortem. No caso do doador estar vivo, a doação é permitida para cônjuge, parentes consanguíneos de até quarto grau, ou qualquer outra pessoa mediante autorização judicial. Essa autorização é dispensada no caso de doação de medula óssea. Para que haja a realização da remoção de tecidos e órgãos post mortem, deve ser confirmado, consoante o Conselho Federal de Medicina, o diagnóstico de morte encefálica, e a doação dependerá da autorização do cônjuge ou parente maior de idade.
Mesmo depois de obtida a autorização para a remoção do material, o transplante só será realizado após o consentimento expresso do receptor, estando ele ciente dos riscos e benefícios do procedimento. O receptor deve estar inscrito na lista única de espera.
Estas listas únicas são formadas exatamente para cada tipo de órgãos ou tecidos, e seguem critérios específicos para a seleção de pacientes para sua composição. A criação delas vem atrelada à instauração do Sistema Nacional de Transplantes – SNT –, que objetiva o desenvolvimento do processo nacional de captação de distribuição dos órgãos e tecidos, sob a responsabilidade das três esferas de governo, e formado pelas Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO); os centros de transplantes; e as equipes especializadas credenciadas para a realização dos transplantes.
É obrigatório que os serviços de saúde comuniquem às CNCDO do Estado onde o óbito ocorreu e o diagnóstico de morte encefálica. É também responsabilidade dos serviços de saúde a inscrição do potencial receptor na lista única, na CNCDO da região de residência deste e fornecer explicações específicas sobre os critérios de distribuição do órgão ou tecido ao qual se relaciona como possível receptor.
As informações relevantes a cerca da realização de transplantes no país, como a lista única, as centrais de transplantes, a legislação e outros dados, estão disponibilizados no site www.saude.gov.br/transplantes.
Referência: Atenção médica, transplante de órgão e tecidos e políticas de focalização, disponível em Cadernos de Saúde Pública (http://www.scielo.br/pdf/csp/v22n9/19.pdf)
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
O propósito da vida
Cada ser, quando nasce, carrega consigo um propósito.
Esse propósito pode ser o de se tornar um cantor e levar alegria e amor através da voz. Pode ser o de tornar-se um escritor e através da dança das palavras num texto, apresentar um mundo de fantasia para milhões de pessoas. Pode ser, tornar-se um professor e ter o enorme prazer de ensinar a uma criança, a um adulto e a um idoso as maravilhas da Terra. Pode ser ator, e representar as milhões de faces que o ser humano possui.
Pode ser o propósito de ser um químico e descobrir os mais íntimos segredos da matéria; ou ser um físico e desvendar as luzes do universo; ou até mesmo ser um biólogo e procurar entender essa maquinaria perfeita que é o corpo humano.
Pode-se ser médico, farmacêutico, enfermeiro, fisoterapeuta ou odontólogo e poder cuidar da saúde de outrem.
Mas...
Se o propósito não for ser cantor, professor, químico, médico, farmacêutico, entre outros...
O que eu posso fazer pelo mundo está nas minhas mãos... é o poder de salvar uma vida; É o poder de oferecer a alguém a alegria, o amor, a fantasia, as maravilhas da terra e a luz das estrelas com um simples ato.
Não deixe essa oportunidade passar...
Doe órgãos!!!
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Doação da Alma
Se a maravilha do mundo
É doar-me para outro ser profundo?
Porque querer ser observado,
Se as mais belas imagens
Estão na memória da pessoa ao lado?
Porque querer ser eterno,
Se a eternidade só existe
Quando me dou para outrem?
Porque querer levar tudo,
Se posso voltar a existir
No coração daquele que ajudo?
Porque querer ser egoísta,
Se posso passar a viver
Na alma de outra vida?
Por: Nadielle Bidu